O Porto do Romantismo

«Magalhães Basto revela-se-nos um autor profundamente embrenhado na compreensão do Porto do Romantismo. A leitura de fontes escritas, a memória oral de que certamente ainda era conhecedor – pela relativa proximidade no tempo –, para além da análise das fontes escritas dadas à estampa na época de que avultam a literatura e as publicações periódicas, contribuíram para essa visão simultaneamente geral e pormenorizada.

Nesse sentido, a sua leitura deste Porto assoma como uma imagem viva, quase fotográfica, em que, em determinados momentos, os espaços e as personagens como que passam diante dos nossos olhos. É essa escrita rigorosa, mas enérgica, que confere um redobrado interesse à sua obra, e, particularmente, ao livro que agora vê, pela segunda vez a luz do dia (...). Magalhães Basto tem esse dom inestimável de permitir que o leitor, através das suas obras, viaje no tempo, levando-o ao mais recôndito dos becos da cidade e dos seus arredores. Lendo os seus escritos, conhecerá o leitor as personagens mais curiosas, assistirá ao desenrolar dos factos mais importantes, em que a escrita, sendo descritiva, não perde o sentido observador e crítico, possibilitando-nos ajuizar, com propriedade, sobre o que vamos lendo».

Prof. Doutor Gonçalo de Vasconcelos e Sousa

Director do Departamento de Arte e Restauro da Escola das Artes da UCP